quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

A Menina do Vale



A MENINA DO VALE
Como o empreendedorismo pode mudar sua vida
(Bel Pesce)

Neste livro, Isabel Pesce, uma garota de 24 anos de idade, transmite de forma direta e sucinta, aquilo que aprendeu em seus anos de experiência no Vale do Silício, cidade americana que respira inovação e tecnologia, berço de inúmeros startups que se tornaram empresas globais. Bel Pesce, como é descrita na capa, apesar da idade, demonstra ser uma pessoa extremamente proativa e inteligente, tendo em seu currículo formações na MIT (Massachusetts Institute of Technology) e passagens em empresas como Google e Microsoft.
Pesce inicia seu livro com o discurso da idade. Afirma que idade não é impedimento para aquele que sonha e tem o objetivo de crescer profissionalmente, citando alguns exemplos de pessoas que iniciaram após os 50 anos, como o idealizador da expansão do McDonald’s e dois irmãos abaixo dos 20. Para Bel, certamente a obtenção de conhecimento e experiência é crucial para todo profissional. Para tanto, ela se valeu de livros, blogs, pessoas, e suas conclusões nas empresas onde trabalhou. A autora fez questão de trabalhar em vários tipos de empresas para extrair o máximo delas; pequenas, grandes, novas e antigas.
Bel retrata um cenário bastante real e assustador na vida daqueles que têm o desejo de empreender: situações cotidianas podem afastar as pessoas de seus projetos de longo prazo. Para ela, ter uma pessoa a quem admirar faz com que o foco seja mantido e que horizontes maiores e mais ousados possam continuar sendo visionados. A busca de conselhos, a escolha e o cuidado com o mentor são atitudes relevantes. Devem ser tomadas incitativas tais quais: troca de emails, telefones e simplesmente pedir o mentoreamento. Segundo Bel, a “mágica acontece” com um bom networking, o qual gera sócios, advogados, mentores, etc.
Uma das coisas mais importantes durante o processo empresarial é o aprendizado com o erro. Bel é insistente quanto à visualização do erro como uma forma de evoluir, voltando ao assunto em diversos capítulos. Algumas formas de se evitar o erro, porém, são apontadas, como dividir problemas e dilemas com outras pessoas, sem claro abrir completamente a situação, manter uma comunicação aberta para evitar surpresas e sempre fazer uma reflexão sobre nosso comportamento. A diferença estará em como lidar com o problema, pois toda empresa o tem. Quem não comete erros, segundo Pesce, não se arrisca o suficiente.
A partir dessa questão, surge o que Bel chama de “o maior erro de todos”. A acomodação é algo que não reflete o perfil de um empreendedor. “O maior risco é aceitar um não quando o sim é uma possibilidade”. Não há desvantagens, contanto que haja esforço máximo ao projeto. O risco faz parte da vida do empreendedor, e deve ser tratado com seriedade e sempre calculado, porém, aceito como parte inerente ao empreendedorismo.
A iniciativa, portanto, deve ser relevante para o empreendedor; estar sempre à frente, fazer tudo com excelência e surpreender os outros além das expectativas. O fato de tomar o primeiro passo também é importante. Bel Pasce descreve um dos livros que leu e escreve sobre o mínimo produto viável, algo como um protótipo do produto, o qual não se espera demais para lançar e também não é inserido abaixo do aceitável pelo mercado. A importância de colocar um produto assim é a possibilidade do profissional ir validando seu produto junto ao mercado, sem perder o timing, já que tempo neste mercado é crucial. Bel diz que constantemente o produto final não será nada parecido com aquilo que foi pensado inicialmente. As empresas devem ser capazes de se adaptar, entender e amoldar o produto de acordo com o que o cliente realmente quer.
Apesar da atitude proativa, deve haver paciência, pois muitas pessoas na ansiedade de lançar seus produtos se movem rapidamente, porém na direção errada. Deve haver paciência ao validar o produto e ao escolher a equipe, pois é a capacidade dos envolvidos que dará a aceleração necessária ao projeto. Inúmeras ideias surgem por todos os lados, mas é a boa relação entre os membros da equipe e o diferencial que ela possui que vai ditar a execução das mesmas. Uma maior comunicação entre a equipe pode ser atingida, por exemplo, com a humildade do líder. Com um ambiente aberto a aprendizado, a comunicação se multiplica e com isso, também a eficiência. É importante deixar claro a diferença entre confiança e arrogância.
É bom saber que os novos empreendedores reconhecem a necessidade de um bom e árduo trabalho, como reconhece Isabel. A maioria dos grandes empreendimentos começou com uma equipe e uma visão. "Os empresários bem sucedidos são apaixonados pelos problemas que resolvem e não pelo glamour que virá com o sucesso". Por isso, Bel aconselha ao leitor a se apaixonar pela resolução de um problema, para que a empresa não seja engessada a um método, mas livre e flexível, adaptável a novas questões. Quando há paixão, as energias são bem canalizadas.
Bel também dá algumas dicas que funcionam para ela como formas de motivação, como sair da zona de conforto para visualizar novas possibilidades e gerar coragem para agir; encontrar algo que te energize novamente, no caso dela, uma música, uma propaganda e um pensamento. Enfim, é também relevante que tenhamos estratégias de geração de motivação, equilíbrio e mente renovada, buscando sempre o aperfeiçoamento em prol da saúde empresarial.

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